Você já viu aquela notícia bombástica dizendo que seu signo mudou da noite para o dia? Que na verdade existem 13 signos e não 12? E que talvez você tenha vivido a vida inteira acreditando ser Escorpiano quando, na real, seria de Libra?
Calma. Respira fundo. Seu mapa astral continua intacto.
Essa polêmica ressurge de tempos em tempos nas redes sociais e causa pânico coletivo entre quem acompanha astrologia. Mas a verdade é que essa confusão mistura dois sistemas completamente diferentes: a astrologia e a astronomia. Vamos descomplicar isso de uma vez por todas.
De onde surgiu a ideia do 13º signo
A história começa há milhares de anos, quando os babilônios criaram o zodíaco com base nas 12 constelações que o Sol aparentemente atravessava ao longo do ano. Eles sabiam da existência de Ofiúco (ou Serpentário), uma constelação entre Escorpião e Sagitário, mas optaram por deixá-la de fora para manter a simetria: 12 signos para 12 meses lunares.
Em 2011, um astrônomo da NASA reacendeu o debate ao apontar que, devido ao movimento de precessão da Terra (uma oscilação natural do eixo terrestre), as constelações não estão mais alinhadas com as datas tradicionais dos signos. Segundo ele, seria necessário incluir Ofiúco e redistribuir todas as datas.
O problema? Ele estava falando de astronomia, não de astrologia.
Os 12 signos do zodíaco e o tal de Ofiúco
A astrologia ocidental — aquela que você acompanha no horóscopo — não se baseia nas constelações físicas do céu. Ela usa o chamado zodíaco tropical, que divide o céu em 12 partes iguais de 30 graus cada, começando no equinócio de primavera (Áries).
Esse sistema é simbólico e está ancorado nas estações do ano, não nas estrelas. Por isso, para a astrologia, não importa se as constelações se moveram ou se Ofiúco existe no céu noturno. O zodíaco tropical permanece fixo.
Ofiúco, portanto, não é um signo astrológico — é apenas uma constelação astronômica que fica fora do sistema usado pela maior parte dos astrólogos no Ocidente.
Seu signo “mudou” mesmo?
Não. Se você nasceu em 25 de agosto, continua sendo Virgem. Se nasceu em 10 de novembro, continua sendo Escorpião.
A confusão surge porque existem diferentes sistemas astrológicos no mundo. A astrologia védica (indiana), por exemplo, usa o zodíaco sideral, que leva em conta as constelações reais e, sim, registra um deslocamento de cerca de 23 graus em relação ao zodíaco tropical.
Mas no Brasil e no Ocidente, o padrão é o zodíaco tropical. E nele, nada mudou.
Seu mapa astral, suas características, suas previsões — tudo continua válido dentro do sistema que você sempre usou.
O que importa na astrologia prática
A astrologia vai muito além do signo solar (aquele que você fala quando alguém pergunta “qual é o seu signo?”). Ela analisa a posição de todos os planetas no momento exato do seu nascimento: Ascendente, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, e por aí vai.
O signo solar é apenas uma peça do quebra-cabeça.
Então, mesmo que surgisse um “13º signo oficial” (o que não aconteceu), seu mapa completo ainda seria rico, complexo e único. A energia dos astros não cabe em uma caixinha de 12 ou 13 rótulos — ela é fluida, multidimensional e profundamente pessoal.
O mais importante? Confiar no sistema que ressoa com você. Se a astrologia ocidental faz sentido na sua vida, siga com ela. Se prefere explorar a védica, vá em frente. O céu é vasto o suficiente para diferentes interpretações.
Perguntas rápidas de leitores
Ofiúco tem características próprias?
Alguns astrólogos alternativos criaram perfis para Ofiúco (ligado à cura e à sabedoria), mas ele não é reconhecido pela astrologia tradicional ocidental.
Por que a NASA se envolveu nisso?
A NASA fez um post educativo sobre astronomia, não astrologia. A mídia é que distorceu a informação e criou o caos.
E se eu me identifico mais com outro signo?
Pode ser influência do seu Ascendente, da sua Lua ou de outros planetas. Vale a pena fazer seu mapa astral completo para entender melhor.
A conclusão? Existem 12 signos no zodíaco astrológico ocidental — e seu signo não mudou. Ofiúco é fascinante como constelação, mas não faz parte do sistema que guia os horóscopos que você lê todo dia. A polêmica é, na verdade, uma confusão entre ciência e simbolismo. E agora você pode respirar aliviado: sua identidade astrológica está segura.